Um quarto e meio
Por Ana Moravi
UM QUARTO E MEIO é uma audioinstalação inspirada nas radionovelas. Um folhetim sonoro que busca apresentar através de uma narrativa ágil, profusa de eventos e ganchos intencionalmente voltados para prender a atenção do ouvinte. Nesta peça o público acompanha uma narrativa inspirada em conflitos ouvidos durante o período de vivências junto ao cotidiano da região da Guaicurus, em especial um ponto central desse contexto e que o diferencia de outros contextos de prestação de serviço sexual, que é o aluguel de quartos de hotel. Esse tipo de dramaturgia permite que se fale sobre questões pertinentes ao contexto através de uma construção ficcional, não com a pretensão de registrar a verdade, tendo em vista as complexidades envolvidas, mas de ser verossímil e possibilitar uma sensibilização para os conflitos comuns a esse contexto. Podendo também lançar mão de elementos dramáticos, como o humor e o quiproquó.
SINOPSE
O hotel Excelsior viveu dias de glórias há pouco mais de 20 anos e hoje sobrevive das diárias pagas pelas prostitutas que alugam os quartos para atender aos seus clientes. Quando se aproxima o final do mês o fluxo cai e uma série de conflitos se intensifica. Guto, 52 anos, gerente do hotel, é um cara tosco e intolerante, que não perde a chance de abusar das mulheres que trabalham ali e impor seu lugar de poder. Jana, tem 55 anos, é prostituta há 30, mãe de um menino de 12 e possui um temperamento difícil, de muita revolta e insubmissão. Monique, 28 anos, é a única prostituta transexual residente no hotel, jovem, inteligente e muito cobiçada pelos clientes, acaba incomodando outras mulheres do lugar, principalmente Jana, com quem estabelece uma relação de amor e ódio.
Ficha técnica
UM QUARTO E MEIO
AUDIOINSTALAÇÃO
DIREÇÃO, ROTEIRO E PRODUÇÃO: ANA MORAVI
DESENHO DE SOM: MIGUEL JAVARAL
ATORES: FERNANDO BARBOSA E SILVA, KALOR PACHECO, GIULIANO LUCAS E WILL SOARES
Ana Moravi - Belo Horizonte/MG
Realizadora e pesquisadora das artes visuais, Mestre em Arte e Tecnologia da Imagem pela EBA/UFMG. Participou do 30º Salão Nacional de Artes de Belo Horizonte – Bolsa Pampulha 2010-2011 (BR). Produziu a Mostra Horizontes Transversais (2014) onde lançou o livro Horizontes Transversais - artistas da imagem e do som em MG (2000-2010) pela editora Cidades Criativas. Integra o coletivo Colégio Invisível no qual atua como diretora, roteirista e produtora. É vocalista na banda Madame Rrose Sèlavy e em outros projetos musicais.