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ASFALTO SELVAGEM

Por Julieta Benoit & Edu Zal - LigaLight 

Asfalto Selvagem é um audiovisual móvel do coletivo LigaLight, usando o Bólido Luminoso dispositivo de projeção móvel. O trabalho Asfalto Selvagem é uma peça audiovisual que será projetada na Rua Guaicurus. É um diálogo entre as prostitutas, o trabalho e a cidade realizada a partir de entrevistas com as profissionais do sexo. Será percorrido toda a Guaicurus projetando essas histórias onde essas vozes irão conversar entre elas sobre origem, história de vida, trabalho, violência contra a mulher, e sexo.

ESSE QUARTO TEM JANELA

Por Will Soares

"Esse quarto tem janela" é uma obra inacabada. Composta a partir das experiências vivenciadas no Hotel boêmio Stylus por trinta dias , pelo Ator Will Soares (BH) em parceria com Ana Moravi (BH) e Giuliano Lucas (RS) através da Residência Artística Museu do Sexo das Putas. Esse quarto tem janela surgiu a partir dos afetos, troca de olhares, conversas e gritos. Gritos q passam por pelos corredores, entram nos quartos e chegam ate à rua pela janela. No quarto onde a profissão é exercida, cada uma atrai o cliente de uma forma. Sendo delicada, tímida as vezes desbocada. Rebolando no quarto com a luz azul. Fumando um cigarro no quarto com a luz vermelha. Dançando na cama ou escondida atrás da porta chamando pra entrar. "Não cobro pra olhar nos meu olhos". "Não cobro pra pegar na minha mão". "Dar bom dia não custa nada!" A Cada cliente uma vida. Em cada quarto uma historia q se completa em repetidas vezes. Fantasias, fetiches, agressão. De uma forma camuflada os dias vão passando. No clipe, em uma forma metafórica os programas são feitos. A ideia inicial era se fazer um curta metragem, mas durante o processo de elaboração o trabalho foi tomando outra direção. Hoje o trabalho caminha para um videoclipe. A musica foi criada a partir de conversas com as mulheres que trabalham no hotel, dos recados escritos na porta de cada quarto e nas discursões com outros residentes. São anos de luta, nem sempre as portas estão abertas. Nem sempre um quarto tem janela!

Um quarto e meio

Por Ana Moravi

UM QUARTO E MEIO é uma audioinstalação inspirada nas radionovelas. Um folhetim sonoro que busca apresentar através de uma narrativa ágil, profusa de eventos e ganchos intencionalmente voltados para prender a atenção do ouvinte. Nesta peça o público acompanha uma narrativa inspirada em conflitos ouvidos durante o período de vivências junto ao cotidiano da região da Guaicurus, em especial um ponto central desse contexto e que o diferencia de outros contextos de prestação de serviço sexual, que é o aluguel de quartos de hotel. Esse tipo de dramaturgia permite que se fale sobre questões pertinentes ao contexto através de uma construção ficcional, não com a pretensão de registrar a verdade, tendo em vista as complexidades envolvidas, mas de ser verossímil e possibilitar uma sensibilização para os conflitos comuns a esse contexto. Podendo também lançar mão de elementos dramáticos, como o humor e o quiproquó.

#TECNOLOGIAASERVICODAORGIA

Por Kalor Pacheco

Soube da seleção para o Museu do Sexo das Putas através de uma convocatória no Facebook e mandei minha carta de intenção. Na proposta, além de me oferecer para organizar o site do museu, que por enquanto segue sem espaço fisico, afirmei que o tema Tecnologia à Serviço da Orgia me inquietava, provocava.
 

Se trata de uma série de quatro performances, todas transmitidas ao vivo, tanto em redes sociais quando em plataformas sexuais na internet - a exemplo do Cam4. A primeira experiência aconteceu na Sauna e Cine Kratos, no Centro de BH, no dia 5 de outubro de 2016, uma quarta-feira. "Eu tive que engolir" foi o tema dessa primeira obra, e foi realizada numa cabine e projetada no telão que costuma passar somente filmes pornô. O público era praticamente todo composto por marmanjos enrolados em suas toalhas, presencialmente; e os amigos de Pernambuco, que acompanharam a performance de seus computadores.
 

Durante a performance #1, algumas pessoas mandaram printscreens no grupo do Museu do Sexo das Putas, onde temos compartilhado os nossos processos. O intrigante nesse trabalho é a desterritorialidade que o universo virtual confere; ao contrário da prostituição, mais de corpo físico e aberto. Os corpos na internet são vistos, mas não são tocados por outrem; e isso me intrigou, pensar nesse lugar como uma zona autônoma temporária.
 

Ainda, para contrastar com as peles tão aparentes nesses tipos de sites, as plataformas sexuais, optei por fechar o meu corpo de mais uma forma: pintura corporal. No primeiro, foi o urucum que utilizei, fazendo assim referência ao corpo indígena; mas também farei performances com o corpo plástico (gelatina), queimado/negro (carvão) e também com argila (a terra).

LUPANARES

Por Giuliano Lucas

A partir do cotidiano do Hotel Styllus, o artista Giuliano Lucas deu vida a instalação fotográfica Lupanares, que se trata de um fragmento (ou de uma reconstrução) acerca do fluxo e contrafluxo nos corredores do mesmo prédio. Alguns dispositivos de acesso - portas, janelas e catracas - compõem a narrativa que nasce da observação do sobe e desce das escadas nos hotéis da Rua Guaicurus e imediações.

GUIA DAS PUTAS

Por Bruno Faria

Guia das Putas, é uma publicação realizada pelo artista Bruno Faria com a colaboração de prostitutas da rua Guaicurus. Diferente de um tradicional guia de turismo, que elege pontos turísticos e outras dicas da cidade por um jornalista ou profissional de turismo, neste guia os lugares são escolhidos pelas prostitutas a partir de suas vivências na cidade.

A SANTA DA LUZ VERMELHA

Por Alessandro Hipz

Em seu processo criativo, o artista visual amazonense Alessandro Hipz ouve as histórias de vida das profissionais do sexo e ex-prostitutas, bem como seus anseios, frustrações, alegrias e os demais sentimentos que habitam dentro e ao redor dessas mulheres. Mulheres estigmatizadas por uma sociedade machista, patriarcal e homofóbica, pela qual diariamente sofrem com o preconceito por terem uma profissão marginalizada. A partir do convívio com as profissionais do sexo, na residência artística do Museu do Sexo das Putas, Hipz desenvolveu uma relação de carinho e afeto para com elas e busca levar através do graffiti a imagem dessas mulheres para as ruas buscando humanizá-las e trazer a sociedade para uma reflexão sobre a importância das profissionais do sexo não só como trabalhadoras, mas também como mulheres, além de revitalizar com cores e sentimentos certos espaços esquecidos pelo poder público. Com a narrativa de sensibilizar os espectadores através da arte, Alessandro Hipz propôs ao espaço da Guaicurus os murais das santas, intitulado A Santa da Luz Vermelha, onde o artista trabalha com mulheres reais e profissionais do sexo não na perspectiva de divindade, e sim por uma ótica igualitária onde um simples mato bloqueia a hipocrisia de uma sociedade preconceituosa.

DOCE OBSESSÃO

Por Hirosuke Kitamura

Procuro a sensualidade e o movimento do corpo dentro do ambiente da cores fortes. Persigo o mistério do erotismo e da sedução, o surrealismo nas marginalidades. Me sinto em qualquer lugar que esteja sinto que sou estrangeiro. Observo o cenário com olhar estrangeiro com este elemento. 

PROSTITUTA É DE CARNE, OSSO E  SONHO

Por Bruna Mello

A série de lambes "Prostituta também é de carne, osso e sonho" foi produzida com a intenção de trazer as imagens múltiplas das prostitutas da região da Guaicurus de dentro dos hotéis para as ruas, acompanhadas de pequenos textos que buscam empoderar essas mulheres e lembrar a todos de que, antes de tudo, são humanas como todas nós; são belas, complexas e dignas de respeito. Foi baseada na estética da art nouveau do século 19, um estilo característico para anúncios de eventos, teatros e cabarés europeus, recheado de arabescos e mulheres caucasianas. Estética da qual me aproprio através do "abrasileiramento" das musas, com a representação dos fenótipos das mulheres que existem na Guaicurus, que são majoritariamente negras, não magras, de cabelos cacheados ou crespos. Esse trabalho é fruto de minhas observações pessoais e contatos com as garotas do hotel Stylus, além de discussões com meus colegas e pessoas de fora da residência e do ambiente da prostituição de BH.

NA CALADA

Por Bruno Faria

Na Calada, realizado pelo artista visual Bruno Faria, é uma intervenção nos postes da rua Guaicurus. Na ação, o artista insere uma gelatina muito usada como filtro em refletores de cinema e teatro nas luminárias dos postes. Intervindo no espaço ao cair a noite, Na Calada tem como interesse estabelecer uma reflexão simbólica em relação à luz vermelha, muito presente no imaginário popular das cidades por sinalizar, em bordéis e garçonniéres, lugares destinados ao sexo.

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